65,4% dos profissionais acreditam que podem manter sua produtividade atual mesmo trabalhando um dia a menos por semana
O projeto-piloto da semana de trabalho de quatro dias, já adotado em países como Reino Unido, Irlanda, Austrália e Nova Zelândia, faz sua estreia no Brasil. A 4 Day Week Global, em conjunto com a empresa brasileira Reconnect Happiness at Work, planeja implementar e avaliar a redução da jornada de trabalho para quatro dias úteis, sem perda salarial e mantendo a produtividade, entre setembro deste ano e abril de 2024.
Diante do sucesso global do projeto, o Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP) buscou entender a receptividade da proposta entre os profissionais de Administração no Brasil. A pesquisa conduzida pela instituição, realizada entre 26 de junho e 3 de julho, com 484 participantes, revela que a maioria é favorável à semana de trabalho reduzida, embora a aprovação varie de acordo com a hierarquia e o modelo de trabalho adotado.
Os resultados indicam que o trabalho remoto aumenta a adesão à proposta. Entre os 56 respondentes que trabalham 100% em home office, 85,7% apoiam o modelo, comparado a 80% dos 170 que trabalham no modelo híbrido e 73,9% dos 234 que trabalham presencialmente.
A aprovação do novo modelo de trabalho também variou de acordo com a posição hierárquica. Entre os 114 empresários consultados, 57,9% foram favoráveis, enquanto a aprovação atingiu 92,5% entre os 107 profissionais de nível operacional. Dos que ocupam cargos de liderança, 81,6% dos 190 respondentes foram favoráveis.
Os desafios percebidos para a implementação da semana de trabalho de quatro dias incluem a determinação de quais setores seriam elegíveis, a cultura organizacional, a responsabilidade e o compromisso com a produtividade, a mudança na mentalidade dos empresários e a falta de confiança dos líderes, entre outros.
Apesar desses obstáculos, 65,4% dos profissionais acreditam que podem manter sua produtividade atual mesmo trabalhando um dia a menos por semana. Por outro lado, 52,1% dos 252 entrevistados acreditam que apenas algumas organizações e profissionais estão prontos para adotar esse modelo.