O experimento da 4 Day Week Global em parceria com consultoria brasileira de felicidade corporativa deve ser implementado em novembro e durar seis meses
Depois do Reino Unido, Portugal e África do Sul, será a vez do Brasil experimentar, em novembro, a redução da jornada de trabalho semanal para quatro dias – ou 32 horas por semana. Conduzido pela organização 4 Day Week Global, que também lidera os projetos-piloto nos outros lugares do mundo, ela acontecerá no país por seis meses em parceria com a consultoria de felicidade corporativa Reconnect Happiness at Work e a Boston College.
O experimento, ainda em fase de planejamento, vai acontecer em empresas de pequeno e médio porte e com parte das equipes. As empresas podem registrar interesse no site da 4 Day Week Brazil. Em agosto começam as mentorias e workshops sobre a metodologia do estudo.
Apesar da diminuição de 20% do tempo de trabalho, os salários continuam os mesmos. “A gente precisa aprender a ser produtivo redesenhando a gestão do tempo”, diz Renata Rivetti, CEO da Reconnect Happiness at Work. “Você não vai ficar mais sobrecarregado. A gente deveria resolver tudo que precisa ser feito durante os quatro dias.”
A metodologia por trás de trabalhar menos tempo
A Boston College vai medir parâmetros que as empresas já costumam analisar, como dados financeiros, metas de produtividade e indicadores de bem-estar antes, durante e depois da implementação da semana de quatro dias. Em novembro, depois das análises preliminares, começa a aplicação da semana reduzida por um período de seis meses.
As técnicas de aumento de produtividade das empresas participantes serão as mesmas usadas pelo projeto da 4 Day Week em outros países. Como uma primeira etapa, reuniões serão redesenhadas para serem mais produtivas e reduzir o tempo de comunicação síncrona entre as equipes para, depois, a gestão de tempo ser repensada – em processos, por exemplo, de priorização de tarefas e automatização de processos.
Para a concretização do projeto-piloto, a 4 Day Week Global percebeu que o envolvimento dos funcionários, e não só das lideranças das empresas participantes, foi fundamental para o seu sucesso em outros lugares do mundo. “Os gestores devem trabalhar com suas equipes para avaliar as medidas existentes e determinar se elas são adequadas para o futuro”, diz Gabriela Brasil, head of community da 4 Day Week Global e representante da organização no país. “Quando os funcionários trabalham juntos para revisar processos, repriorizar tarefas, repensar comunicação, espaços e tecnologias na empresa, a diferença é notável.”
Ou seja, o experimento não tem a ver apenas como irão se comportar as equipes que trabalham em menos tempo mas, principalmente, como aumentar a produtividade de profissionais para que eles possam ter mais tempo livre. “A pessoa ter um dia a mais faz que ela tenha mais tempo para cuidar da vida dela, então isso certamente aumenta os índices de bem-estar, saúde mental e felicidade dela”, afirma Rivetti. “Como ela quer esse dia a mais, ela se compromete a ser mais produtiva durante os quatro dias.”
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