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Fast Company - 5 trends sobre o futuro do trabalho e a sustentabilidade humana

O debate para a construção de um futuro do trabalho que seja mais saudável e também mais produtivo é extremamente necessário






Vivemos atualmente uma grande polarização no mundo do trabalho. Alguns acreditam que, para melhorar a produtividade e performance, devemos recuar nas pautas de pessoas (diversidade e inclusão, saúde mental e bem-estar, segurança psicológica, entre outras) e focar em resultados, em comando e controle, em um modelo 100% presencial e em microgerenciamento.


Porém, existem aqueles que acreditam que não será voltando a modelos ultrapassados que conquistaremos os resultados esperados neste cenário de mundo. Junto-me a esse segundo grupo com a certeza de que está na hora de construirmos um futuro do trabalho diferente do que já vimos e vivemos.


Quando olhamos os dados, vemos indicadores negativos em relação à saúde mental e aos resultados das empresas. Segundo pesquisa da Talenses Group em parceria com a Wellz, 43% dos entrevistados citaram o excesso de tarefas como “gatilho” de crises, seguido por pressão por resultados e metas (31%) e sentimento de precisar estar disponível o tempo todo (30%).


Com isso, culpamos o formato híbrido, como se no modelo 100% presencial vivêssemos tempos áureos e fôssemos felizes no trabalho.


A verdade é que não há uma fórmula mágica e um caminho único para todas as empresas seguirem. Quase metade (45%) dos CEOs globais acreditam que sua empresa não será viável em 10 anos, segundo pesquisa da PwC com 4,7 mil CEOs.


Por esses motivos, o debate para a construção de um futuro do trabalho que seja mais saudável e também mais produtivo é extremamente necessário.


Não haverá sustentabilidade dos negócios sem a sustentabilidade humana. Mas, na prática, quais são as tendências que precisamos acompanhar sobre o futuro do trabalho nesta construção de culturas de bem-estar aliadas aos negócios?


TREND#1


Há um gap de habilidades: segundo os respondentes de uma pesquisa da McKinsey & Co, em até cinco anos, teremos 87% de skill gaps, sendo o principal gap em análise de dados, depois TI e gerenciamento de pessoas.


As empresas apostam no reskilling de seus profissionais, antes de focarem em contratações. Afinal, quase o mercado inteiro enxerga o gap. Não estamos nos capacitando e acompanhando as evoluções da tecnologia e o dinamismo do mundo atual.


TREND#2


Quem aprender a usar inteligência artificial ficará com seu emprego. Ouvi essa frase no painel do festival South by Southwest “AI isn’t coming for your job, but those using it will” (IA não vai tirar o seu trabalho, mas o que sabem usá-la vão), no qual debateram sobre a evolução e rapidez da inteligência artificial e o quanto precisamos nos preparar para essas mudanças.


Mas, claro, não podemos romantizar a IA enquanto ela for acessível para poucos privilegiados aprenderem. Podemos usá-la a nosso favor, principalmente em trabalhos intelectuais para ganhos em produtividade, performance, redução de ineficiência. Para outra parte dos profissionais, ela traz riscos de aumento de desigualdade e desemprego.


A evolução da IA é irreversível e será exponencial. Segundo Ian Beacraft, em 2050 vamos ver o progresso de 100 anos acontecendo em cinco anos. Então, como focar em seus ganhos e minimizar seus riscos?


TREND#3


O futuro do trabalho exige flexibilidade. Seja anywhere office, work from home, semana de quatro dias, foco em skills e não em um cargo rígido, horários flexíveis, enfim, não há uma fórmula mágica e não é somente trazer a flexibilidade. É preciso planejamento e redesenho do trabalho. E isso dá trabalho!


Para termos caminhos mais flexíveis, precisamos falar de direitos e deveres. Se queremos uma semana de quatro dias, precisamos discutir regras de reunião, trabalho assíncrono, autorresponsabilidade.


Não é só tirar a sexta, mas redesenhar o tempo. Assim como o anywhere office não é viajar de férias. É preciso planejamento e redesenho para ter um caminho mais flexível sem perder qualidade e resultados.


TREND#4


Os valores mudaram. Se antes valorizamos um bom salário, bônus e benefícios, hoje entendemos que eles são essenciais, mas não garantem a motivação e o engajamento. Os fatores externos trazem satisfação e nos fazem escolher um trabalho racionalmente. Mas, segundo Daniel Kahneman, prêmio Nobel de Economia, satisfação é diferente de felicidade no trabalho.


A motivação extrínseca são nossos fatores higiênicos e nos trazem satisfação. A motivação intrínseca nos traz felicidade no trabalho. E, segundo os estudos Future of Work, de Wharton, atualmente as mais valorizadas são autonomia, desenvolvimento pessoal e propósito. Queremos nos sentir úteis e encontrar sentido nas atividades diárias.


TREND#5


Por fim, precisamos nos lembrar e enfatizar que, do jeito que está, será insustentável. Não haverá sustentabilidade dos negócios sem a sustentabilidade humana. Por isso, é preciso construir culturas de bem-estar com ferramentas práticas, redesenhando o tempo, o trabalho e as relações. Só com novas formas de nos relacionar com todos os stakeholders é que poderemos construir essa sustentabilidade humana.


O futuro depende de nós. Podemos esperar passivamente ou co-criá-lo.



A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.


Peter Drucker

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