É preciso entender que programas de bem-estar como aulas de mindfulness, yoga, terapia e ginástica, entre outros, são importantes e tratam os sintomas, mas não resolvem o problema a longo prazo
Há poucos dias celebramos o dia das mulheres. Realmente, a data é histórica e muito importante para destacar tudo que representamos para a sociedade. No entanto, o cenário dentro do ambiente corporativo vem se tornando cada vez mais desafiador para nós, mulheres. De acordo com o levantamento Women in the Workplace, realizado pela consultoria McKinsey, 42% das mulheres entrevistadas sofrem com sintomas da síndrome de burnout vs 35% dos homens. Muito disso está justamente ligado à sobrecarga que vivemos no trabalho, falta de reconhecimento e valorização, relações tóxicas, falta de segurança psicológica e jornada extra em casa de cerca de 5h, segundo pesquisa da McKinsey.
Esse aumento no número de casos nos últimos anos, só destaca o quanto as empresas precisam ir além dos cuidados paliativos com a saúde mental, bem-estar e felicidade dos colaboradores. E para essa mudança é preciso atuar em 3 frentes: construir um ambiente de trabalho psicologicamente seguro, atuar nos sintomas com programas de bem-estar e atuar na prevenção e transformação da cultura atuando na causa raiz, que é o ambiente tóxico.
É preciso entender que programas de bem-estar como aulas de mindfulness, yoga, terapia e ginástica, entre outros, são importantes e tratam os sintomas, mas não resolvem o problema a longo prazo. Eles tratam o indivíduo, mas os desafios que vivemos hoje são sistêmicos. A causa do burnout não é responsabilidade individual e sim que em 70% dos casos é consequência de um ambiente de trabalho tóxico. Infelizmente, se não houver segurança psicológica, reconhecimento e valorização, empatia, a equipe vai adoecendo cada vez mais.
Precisamos investir cada vez mais nas mudanças. Se a liderança continuar acreditando que sempre foi assim e sempre alguém vai aceitar as condições que propomos, nada irá funcionar. Então, está mais do que na hora de mudarmos e nos conscientizarmos de que esse problema é responsabilidade de todos.
Se quisermos de fato combater e prevenir o burnout teremos que agir, nos responsabilizando pela construção de uma cultura mais justa, humana e positiva para todos nós. E que no final, gera bons resultados individuais, para a empresa e também para nós de forma coletiva, construindo uma sociedade mais saudável e feliz.